quarta-feira, 31 de julho de 2013

E as leis? - parte 1

Outra pergunta que me fazem com frequência: "E se o Conselho Tutelar quiser tirar as crianças de vocês?".
Eu acho bem difícil isso acontecer, de verdade, mas vamos conhecer/rever as leis brasileiras.
De acordo com a Constituição Federal, a educação é um direito social, assim como saúde, alimentação, trabalho etc. etc. etc., que compete à União legislar sobre as "diretrizes e bases da educação nacional", que é competência da União, dos estados e municípios "proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência" entre outras características.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Projeto de "matérias"

Eu não acho que o conhecimento humano (em parte, claro, pois seria impossível agrupar todo ele numa vida nossa) tem de ser compartimentado em língua, matemática, ciências etc. etc. etc. Acho que uma coisa leva a outra, que puxa a outra, que põe o pezinho naquela outra e por aí vai. Entretanto, passei 26 anos na escola e não sei fazer de outra forma. Nem meu marido sabe.
Então pedimos para o Igor fazer uma listinha com as "matérias" que ele gostaria de estudar nessa transição da escola para a desescola.
Saiu isso aí em cima.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Estuda, Penelope, e escolhe

Recebi um e-mail do encontro que acontecerá amanhã com alguns vídeos e textos para serem lidos. Já tinha lido um dos textos e um dos vídeos, mas achei que valia a pena rever. O vídeo que revi foi da Ana Thomaz, convidada para falar sobre a desescolarização.
A frase que me pegou hoje, ao ouvi-la novamente, foi "a desescolarização não é uma militância, mas uma escolha de vida". É exatamente assim que me sinto e que acredito. Funciona como o parto: a mulher pode escolher parir no hospital, em casa, na rua, na casa da mãe ou passar por uma cirurgia.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O que você vai ser quando crescer?

Uma pergunta que me fizeram algumas vezes é: "E se o Igor quiser fazer faculdade?".
Eu não vejo problema algum em o Igor querer fazer faculdade. Na verdade, eu não vejo problema algum em ele querer fazer qualquer coisa. Se estiver bom pra ele, está bom pra mim.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Os depósitos de crianças

Esses dias li um texto que leva a uma interessante reflexão. O autor fala sobre as escolhas que os pais da classe média alta fazem com relação às crianças e conclui o texto com algumas perguntas:
[...] quando foi que passamos a odiar nossas crianças? Continuaremos a deixá-las de lado ao invés de integrá-las de fato em nossa sociedade?

terça-feira, 23 de julho de 2013

O poder "educativo" do colo

Hoje li um texto maravilhoso. Tinha já um outro texto escrito para postar, mas faço questão de pôr uns trechinhos (bem grandes) desse texto aqui, pois segue aquela discussão de ontem sobre como as crianças aprendem.
São algumas observações da antropóloga americana Jean Liedloff sobre a tribo venezuelana Yequana.


segunda-feira, 22 de julho de 2013

Como as crianças aprendem?

Eu não sei. Desculpa se você veio até aqui aguardando uma resposta, mas eu não sei. E vários teóricos falam mil coisas... Cada um puxando sardinha para o seu objeto de pesquisa, claro.
Eu não trabalho diretamente com o aprendizado infantil, mas eu sou mãe. Então eu imagino; por observação, textos lidos, conversas... Acho que quando a criança é pequenina como a Anna, pouco mais de um ano, aprende por imitação. Digamos assim uns 100%.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Reflexões, encontros e agradecimentos

Eu já falei que minha parteira e minha terapeuta, durante a gravidez da minha caçula, me ajudaram muito em todo esse processo de olhar um pouquinho ali adiante. Outras pessoas também tiveram papel importantíssimo. A Mara é uma delas. Os textos escritos, os textos desenhados me levam a inúmeras reflexões e sentimentos; dar atenção a eles é uma arte que tenho aprendido.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

A insegurança e o "vazio"

Lembra do primeiro capítulo, em que as pessoas me perguntavam e falavam várias coisas? Elas continuam:
-- Mas como "sem escola"? Você vai ensiná-los em casa?
-- Vai ter um(a) professor(a), né?
-- Ai, eu sempre quis fazer isso, mas ninguém deixou.
-- Nossa, que coragem.
-- Entendo seu ponto de vista, mas isso não é pra mim.
-- E o que vocês vão fazer agora?

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Conhecimento x sabedoria x conteúdo

Eu fico pensando muito sobre se seria possível viver sem as instituições. Acho que sim, pois há gente que faz isso, e muito bem! Mas me questiono se é para mim. Se é para a minha família.
Ainda não sei dizer, mas prefiro dar um passinho por vez. Por ora a decisão é retirar apenas a escola.
Num encontro com uma tia, daquelas concursadas que aposentou trabalhando 25 anos no mesmo lugar, recusando até mesmo as promoções, fiquei refletindo sobre a diferença entre conteúdo e conhecimento. Porque ela me fez a seguinte pergunta: "Sem a escola, como eles vão aprender toda a sabedoria humana".

terça-feira, 16 de julho de 2013

Capítulo 8 - A gota d'água

Foi assim: o Jorge saiu para deixar o Caio e a Anna na escola. Era uma segunda-feira, eu estava atrasada e, quando ele voltou, eu ainda estava em casa.
Ele me olhou sério, os olhos molhados e disse: "Não dá mais. Se você disser que sim, peço as contas agora e fico com as crianças".
Fiquei confusa, perguntei o que havia acontecido.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Capítulo 7 - A materialização da mudança

A fala da Anna Thomaz naquele vídeo abriu um leque na minha cabeça. Foi a mesma sensação que tive quando descobri (aqui! Obrigada, Carô!) que "podia" parir meus filhos em casa.
Então eu podia escolher diferente do que tinha ouvido toda a minha vida... E poderia respeitar meus filhos (principalmente o Caio) em suas vontades mais primordiais, como dormir até mais tarde, por exemplo. Porque, indo para a escola, temos de respeitar os horários-padrão, e por que achamos que a criança tem um horário-padrão? Nem como adultos temos. E olha que nos escolarizamos por muito tempo!!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Capítulo 6 - Decisões frustradas

Depois do nascimento da Anna entrei numa crise terrível sobre voltar ou não voltar ao trabalho após a licença-maternidade. Tinha dias de eu acordar totalmente decidida a ir embora de casa com as crianças já que o Jorge não queria que mudássemos de vida. Tinha outros dias de eu acordar procurando um bom berçário para deixá-la.
Continuei com a terapia e comecei a insistir mais com o Jorge para revermos nossos "sonhos".

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Capítulo 5 - A terceira gravidez

Como disse, a gravidez da Anna foi bem turbulenta. Foi uma gravidez não planejada (mas desejada, porque eu tinha intenção de ter um terceiro filho) que me deixou envergonhada (!) no trabalho, pois descobri a gravidez um mês e meio depois de entrar na nova empresa.
Agora até fico refletindo sobre isso: que sistema mais maluco é esse que me faz sentir envergonhada/culpada de ter engravidado, de estar com gripe ou dor de garganta? Maluco...
Por causa desses sentimentos, escolhi começar meu pré-natal rapidamente com a minha parteira (a mesma que havia atendido ao parto do Caio, em casa) e com uma terapeuta. Elas foram essenciais em muitos momentos.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Capítulo 4 - As escolas

Comecei a trabalhar pertinho de casa. Ia almoçar com o mais velho em casa, mas precisava, ainda, deixar o Caio na escola em período integral.
Matriculamos o pequeno numa escola montessoriana. Contratamos uma perua escolar para trazê-lo. Entretanto, mesmo sendo há poucos quilômetros de casa, de sexta-feira ele chegava a ficar 1 hora no trânsito. Chegava cansadinho, mal-humorado. Ou, então, elétrico do pirulito que ganhava...

terça-feira, 9 de julho de 2013

Capítulo 3 - A distância aumenta, a distância diminui

Continuando a história do apartamento, estávamos bem e felizes e muito endividados. Porque, além do financiamento, devíamos toda a minha família: tio, tia, avó, mãe, irmão... Todos que puderam ajudar o fizeram e eu sentia-me com uma dívida de sangue. Fora isso tinha o financiamento, as prestações feitas com piso, armários da cozinha, aquecedor a gás, duchas e lâmpadas (o mínimo que achávamos necessário na época para poder mudar).

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Capítulo 2 - Parto em casa

O parto do Caio foi rápido. Ao todo, entre o início do trabalho de parto e estarmos vestidos e "apresentáveis" (hehehe) não passou mais que 3 horas. Entretanto, naquela simplicidade de receber um filho em minha cama, algo maior nascia dentro de mim. Eu podia questionar! Eu podia fazer diferente! E, o melhor: era bom pra mim.
Eu e meu marido ficamos encantados com a beleza e sincronia da natureza. Percebemos que quanto menos o ser humano interfere, mais bonito é o evento fisiológico. Mais amor tem no ar. Mais respeito e dedicação.
Naquele momento não nascia apenas um bebê (lindo, diga-se de passagem...), mas uma nova família.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Capítulo 1 - O blog

"Pé pra fora" (ou Pê pra fora...) é o nome do blog. É assim que eu e meu marido nos sentimos. Nem é uma coisa muito complicada afinal, mas vamos partir do começo...
No começo eu me questionei sobre a qualidade e a quantidade do tempo que ficava com meu filho mais velho. Na época, com cerca de 4 anos.
Eu trabalhava o dia todo do outro lado da cidade, levava-o comigo, pois a escola em que ficava em período integral era do lado do trabalho, chegávamos em casa muito tarde, tomávamos banho e dormíamos. Convivíamos no ir e vir e aos finais de semana.
Até aí, normal, quem não faz isso?