segunda-feira, 22 de julho de 2013

Como as crianças aprendem?

Eu não sei. Desculpa se você veio até aqui aguardando uma resposta, mas eu não sei. E vários teóricos falam mil coisas... Cada um puxando sardinha para o seu objeto de pesquisa, claro.
Eu não trabalho diretamente com o aprendizado infantil, mas eu sou mãe. Então eu imagino; por observação, textos lidos, conversas... Acho que quando a criança é pequenina como a Anna, pouco mais de um ano, aprende por imitação. Digamos assim uns 100%.
A Anna nos imita em tudo. Na entonação, na postura, nas palavras, nas arrumações que faz pela casa...
Agora, criança na idade do Caio, 4 anos, já começa a complicar. Acho que ele aprende um pouco por imitação, outro pouco por suposição, mais um tanto de tentativa e erro, outro tanto de reação positiva.
É mágico ver as associações que ele faz, e eu, como adulta, posso podar ou dar o poder a ele. Se eu podo, o reflexo vem em frases de autoestima baixa: "Eu não consigo"; "Eu não sei"; "Eu preciso ser grande para conseguir fazer".
Outro dia ele estava correndo da Anna, subiu numa cadeira e, de lá, pulou direto pro sofá. Ficou encantando com o pulo e me chamou: "Olha, mãe, eu voei!". E repetiu, repetiu, repetiu, até ficar satisfeito com o resultado. Ali eu concluí que, definitivamente, ele aprendeu a pular da cadeira ao sofá.
E na idade do Igor, 10 anos. Como se aprende? Para mim a incógnita é maior. O que eu vejo é que ele também exige de mim (do pai e de outro adulto presente) o poder para prosseguir. E eu tenho tentado tomar cuidado de não podar, pois ele é, digamos, mais sensível às críticas (mesmo se a intenção não é fazer crítica). E uma coisa que eu acho que atrapalha no livre aprendizado dele é essa necessidade de aprovação constante. Vejo que ele quer criar, inventar, mas sempre se pega fazendo algo que ele julga que esperamos dele... Isso eu ainda não sei lidar. Não sei ajudá-lo a ir adiante, ir além dos outros. Talvez porque ele ainda aprenda por imitação... E como é que faço para ir além dos outros, além do que esperam de mim (porque, convenhamos, as pessoas esperam bem pouco da gente... E somos capazes de tanto!).
Aí eu sento com o Jorge e penso que ele já foi podado demais e que talvez o caminho seja mesmo a total liberdade.
E veja o que o Igor aprendeu nesse fim de semana: fomos ao teatro no sábado. Ele queria saber se o lugar era como o do Sesc Belenzinho, que tínhamos ido ver uma peça. Eu disse que não, que o grupo de teatro se apresentava em uma casa. Ele fez um muxoxo.
Depois de terminada a peça, ele me disse:
-- Eu gostei, mãe. Teatro é muito legal.
Ali acho que ele aprendeu uma grande lição: a embalagem é o de menos! ;)

2 comentários:

  1. Também não sei a resposta, mas acredito que o interesse seja a maior motivação conforme as crianças vão crescendo. Primeiro aprendem por imitação, mas depois vem a curiosidade de saber o motivo de fazermos de tal e tal jeito. Por isso acho que o furo nas escolas é grande: elas não se baseiam nos interesses dos alunos. É claro que não dá para seguir o interesse de todos, mas talvez a solução fosse despertar o interesse.

    Vc já assistiu Sid o Cientista? É uma série infantil sobre um garoto muito interessado em tudo o que o rodeia. Aí ele vai pra escola com as curiosidades na cabeça e professora ensina sobre o interesse do dia. É bem bacana!

    PS: Acho que foi o Igor, não o Jorge, que aprendeu a lição, certo? Fiquei meio confusa porque, no final, ele te chamou de mãe. haha

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ops! Texto corrigido. Obrigada pelo toque. E eu conheço a série do Sid, sim. É bem isso que pretendo fazer com os meninos, mas um pouco mais livre: não vou propor o ensino como a professora, apenas se for solicitada. :)

      Excluir