sábado, 25 de janeiro de 2014

Texto encomendado

Esse texto é muito especial, pois ele é um presente a uma amiga que acabou de ganhar a segunda filha. Como estou longe e não pude estar do lado dela nesse momento especialíssimo para a família (ela havia me dito que queria que eu fosse a doula dela! Olha que lindo!), escrevo.
Em um e-mail, certa vez, ela me perguntou como é que eu dava conta de trabalhar e estar com as crianças em casa e pediu que eu descrevesse mais ou menos como eram meus dias por aqui. Faço isso já, já. Mas antes devo dizer que eu é que a admiro por conseguir fazer pós à distância, estudar diversas línguas e se manter tão atualizada também ficando em casa com a primogênita. Ela é incrível! Eu e o Jorge sempre nos lembramos do quanto ela sabe, do quanto ela se esforça… E tenho certeza de que agora, com duas pequerruchas, ela será ainda mais potente.

Mas vamos lá… Vou contar mais ou menos como foram essas três últimas semanas. Duas delas com um trabalho atrasado e a outra sem o trabalho.
Nas semanas com trabalho eu acordava entre 7 e 8 horas, tomava café, servia o Caio ou a Anna, caso eles já estivessem acordados, e ia para o computador. Lia rapidamente meus e-mails e retomava o trabalho. Em geral as crianças me "deixavam" ficar no computador até 11h ou 12h. Se eles estavam mais afoitos pela minha atenção (o que era bem comum), eu iniciava alguma atividade com eles, como pintura, massinha, empilhamento de rolos de papel higiênico, enfim… Até eles estarem bem entretidos e voltava ao computador. Parava para fazer o almoço, almoçava com as crianças e logo depois do almoço a Anna geralmente dormia e os meninos pediam para ver o filme do dia. Aproveitava mais 1h ou 1h30 de computador.

Massinha é uma brincadeira bem interessante. Eles ficam entretidos por até 1 hora (e sem brigar!). 
Filme dentro da cabaninha.
Depois, lá pelas 15h eu ia fazer o que precisava ser feito fora de casa ou levava eles ao parquinho. Tomávamos um lanche na rua (em estilo piquenique ou comprado em algum café) e voltávamos perto das 18h. Todos iam para o banho (não juntos -- em geral dá problema… hehehehe), eu preparava a janta, jantávamos perto das 19h ou 19h30 e eles ficavam brincando até a hora de ir dormir. Geralmente nesse horário o Jorge já estava em casa e eu podia voltar para o computador e ficar lá até meia-noite ou um pouco além, se a Anna não me chamasse para mamar.
Claro que isso aí em cima era um dia ideal. Teve dia de eu ir cedo para a praia e só voltar de tardinha e ter de tirar o atraso com o trabalho à noite e de madrugada. Teve dia de eu deitar com a Anna para ela dormir e dormir junto e só acordar às 3 da manhã. Teve dia de o Jorge não chegar cedo e as crianças não deixarem eu me aproximar do computador.
O segredo é não se desesperar, o que nem sempre eu conseguia… Principalmente quando me programava para fazer X imagens e as crianças estavam hiper carentes… Aí era me esforçar para esquecer a programação e me entregar às atividades com as crianças.
Na semana sem trabalho eu já fiquei sem "programação", apenas com o intuito de continuar estudando inglês e desescolarização. Então a rotina era a mais ou menos a mesma, mas eu não tinha o compromisso de voltar ao computador por todo o dia. Deixei a noite reservada para a leitura dos meus textos e vídeos. Ah, no meio disso também estou me esforçando para continuar sendo assídua a um grupo de estudos da Ética, de Espinosa.
A conclusão que tiro é que me sinto o dia todo com as crianças, mesmo que não fique do lado delas. Estou sempre disponível ou procuro estar. Às vezes não consigo, principalmente quando estou cozinhando. Então peço ajuda para eles, quando possível, porque assim eles ficam comigo e consigo terminar de fazer a comida.
Eu acho que o que me ajudou a não ficar doida ou extremamente exausta ao final do dia é ter abrido mão de algumas coisas antes impensadas para mim, por exemplo, no cuidado com a casa. Eu não passo mais roupas (o que me tomava muito tempo e não faz diferença para mim sair amarrotada ou não), não faço mais faxina (prefiro limpar na hora que acontece algum "acidente"), abro mão de cozinhar alguma coisa elaborada ou até de comer comida em um dia mais cansativo ou difícil, não espero ser perfeita.
Além disso, não me sinto sobrecarregada, pois o Jorge e o Igor também têm suas responsabilidades com a casa. O Caio e a Anna também entram na dança, pois acho que desde cedo temos de aprender a cuidar no ambiente em que vivemos.
Eu espero que assim como eu a minha amiga também encontre uma forma de se sentir leve, mesmo com uma criança a mais na vida… :)
Atenção e cuidado na hora do sorvete. Sim, meus filhotes são tudo pra mim...

2 comentários:

  1. Não tinha visto esta postagem, poxa!! Pelo jeito esse negócio de avisar por e-mail sobre novas postagens não funciona, porque eu não recebi nada =(

    Em primeiro lugar, obrigada pelo carinho! Estou aprendendo a ser mais leve, deixando de lado coisas que estou descobrindo que só atrapalham a vida. E muitas vezes penso no quê vc faria se estivesse no meu lugar. =)

    Adorei saber como as coisas por aí se passam. Foi um texto cheio de carinho de mamãe! Só não entendi de onde o Jorge volta. Do curso de inglês?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ué… Eu estou recebendo os posts por e-mail… que será que eu fiz de errado??? Já percebi que os comentários eu tenho de entrar para liberar (hahahaha - cabecinha…). Vou dar uma "reolhada". E o Jorge estava voltando do inglês, sim, mas às vezes emendava um jogo ou uma ida ao bar. :)

      Excluir